A 2 Vara de Falências e Recuperações
Judiciais da Capital decretou nesta
sexta-feira (6) a falência da rede de
livrarias Saraiva
O pedido foi feito pela propria empresa
nesta quarta (4), dentro do processo de
recuperação judicial, ajuizado em 2018
devido a dívidas de R$ 674 milhões.
Na decisão, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho reconheceu o descumprimento do plano de recuperação
judicial e determinou a suspensão de
ações e execuções contra a falida e a
apresentação da relação de credores.
Também foi mantido o administrador
judicial. Cabe recurso da decisão.
A empresa protocolou o pedido de
autofalência após ter demitido o restante
de seus funcionários e fechado as cinco
últimas lojas físicas no final de setembro.
Há menos de dez anos, a Saraiva chegou
a ter mais de cem lojas fisicas em todos
os 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal, além do serviço de ecommerce
A autofalência ocorre quando, a pedido da
própria empresa, é decretada a falência.
No requerimento, a companhia expõe
as razões da crise que acarretaram a
impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial.
Uma vez solicitada a autofalência na
recuperação judicial, cabe ao juiz do caso
decidir sobre a chamada convolação
-passar de um estado civil para outro- do processo de falência.
No documento, a empresa argumentou
que o pedido de autofalência é feito
nos próprios autos de sua recuperação
judicial “por conta da boa-fé, que sempre
pautou as condutas da Saraiva, e, ainda, pautou as condutas da Saraiva, e, ainda,
da publicidade e eficiência de fazê-lo nos
autos em que os seus credores já estão
reunidos, por meio da convolação de sua
recuperação judicial em falência”.
No pedido, a empresa disse que a
sociedade empresarial que não consegue
mais pagar as suas contas, remunerar
os seus empregados nem pagar os
seus fornecedores e que não possui
horizonte para a superação da crise
econômico-financeira -deve ser retirada
do mercado.
“Certamente não é o desfecho que
se pretendia para esta recuperação
judicial, muito menos para as sociedades
empresárias envolvidas, que, fundadas há
mais de um século, são uma referênciz
mercado editorial. Mas é o que precisa .-
feito”, argumenta.
O último balanço financeiro da empresa
apontava uma queda de 60,2% ante
o mesmo período do ano passado na
receita líquida das lojas físicas no segundo
trimestre deste ano, alcançando R$ 7,2
milhões.
Já no site da livraria, as vendas líquidas
fecharam em R$ 100 mil, uma retração
de 78,6% ante o segundo trimestre de
2022. Quando apresentou seu pedido de
recuperação, a empresa afirmava ter uma
dívida de cerca de R$ 675 milhões.
No primeiro trimestre deste ano, a
dívida líquida da rede passou para R$
22,4 milhões, ante R$ 156 milhões no
mesmo período do ano passado, segundo
informações da empresa. A redução
ocorreu por uma amortização de dívida
com o Banco do Brasil. Por O Otimista